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Foto do escritorAline Amaro da Silva

"Escolhendo Jesus": um livro para celebrar e pensar a juventude

Para começar bem o ano, precisamos revisar nossas ações passadas e dar continuidade aos projetos que valem a pena seguir em frente. Ano passado publiquei junto com outros autores o livro: “Escolhendo Jesus: jovens cristãos para uma nova sociedade”. 2018 também foi o ano que os bispos de todo o mundo juntamente com os jovens pensaram sobre a juventude atual na sociedade e na Igreja. E agora se estamos vivendo o maior evento dos jovens da Igreja Católica, a Jornada Mundial da Juventude, que acontece de 22 a 27 de janeiro no Panamá. Por isso, este é um momento oportuno para pensar a juventude e sugerir um bom subsídio para esta reflexão.





A editora Vozes pensando em todo esse movimento eclesial para construir um espaço de reflexão e participação da juventude no seio da Igreja, convidou quatro autores, incluindo eu, para elaborar em conjunto uma obra que pudesse ajudar a todos os agentes de pastoral a entenderem e se engajarem nesse processo. A obra “Escolhendo Jesus” é dividida em quatro capítulos, um para cada autor, desenvolvendo os temas que mais concernem a Igreja no que diz respeito à juventude.


O primeiro capítulo “Como vivem os jovens?” foi escrito por Pe. Antônio Ramos do Prado, assessor nacional da pastoral juvenil da CNBB. Pe. Toninho, como é conhecido, descreve a história da cultura juvenil, especialmente no Brasil, até chegar ao contexto atual, pontuando alguns riscos, desafios e oportunidades que devem ser consideradas na ação pastoral juvenil. Uma pista de ação importante que o autor sugere nesta seção é construir um projeto de vida para que o jovem tenha consciência em que situação ele se encontra hoje e defina onde ele deseja chegar amanhã.


A segunda parte “O chamado, o caminho, a escolha”, a cargo do coordenador nacional da pastoral vocacional da CNBB, reflete sobre o caminho de escuta, discernimento e decisão da vocação que o jovem precisa traçar. Este capítulo é um dos mais importantes da obra, busca não somente orientar os jovens na descoberta primeiro de si mesmo para depois encontrar o chamado de Deus, mas também àqueles que acompanham o jovem na descoberta desse caminho. Pe. Elias Silva salienta que usamos com frequência a palavra vocação, mas não compreendemos profundamente seu significado. “Assumir o que Deus nos fez para ser constitui-se no mais alto grau de realização, e aqui não se trata de uma autorrealização egoísta, mas de identidade” (p. 36). Tanto o jovem quanto seu acompanhador precisa ter claro que a vocação não é algo imposto externamente, idealizado por alguém, mas é uma autodescoberta daquilo que já é natural em nós que Deus plantou no nosso coração. Dessa forma, os passos do discernimento vocacional sugeridos pelo autor são: reconhecer em si mesmo os traços e sinais de Deus, interpretá-los, e por fim, tomar a decisão.


Nas formações que eu, Aline Amaro da Silva, já ministrei em diversos lugares do Brasil, especialmente para catequistas, ouvi de diversas pessoas: “todos estes aspectos sobre o impacto da internet na vida da juventude e na evangelização são importantes e urgentes, mas o que podemos fazer? Como devemos agir?” Por isso, no terceiro capítulo “Tutorial: como evangelizar os nativos digitais”, além de fornecer subsídios para se compreender o mundo contemporâneo sob o prisma da revolução digital, busco mostrar uma possibilidade de processo de evangelização da juventude em tempos de conectividade. Não existe uma única via ou resposta fechada para os diversos questionamentos que a cibercultura traz à tona para a vida juvenil. Sendo assim, este tutorial aponta uma alternativa de caminho evangelizador, instrui como percorrer este caminho de reflexão para se chegar a sua própria maneira de agir pastoralmente na sua realidade e no seu ministério. É importante frisar que esse processo de evangelização começa em nós, precisamos ser evangelizados, isto é, termos uma caminhada transformadora com Deus, para depois evangelizarmos, testemunhando nossa vivência.


Na quarta seção “O jovem como sujeito eclesial” chega-se ao objetivo desta obra: transformar o jovem não apenas em receptor da mensagem do Evangelho, mas protagonista da ação evangelizadora, membro efetivo da Igreja. O autor e editor da Vozes, Welder Lancieri Marchini, foi um dos idealizadores desta obra juntamente com a editora Marilac Loraine Oleniki. Neste último capítulo, Welder retoma alguns pontos abordados pelos outros autores, conectando-os, a fim de se chegar a um propósito em comum: não uma evangelização da juventude, mas com a juventude.


O esforço conjunto das editorias Catequético Pastoral e Teológico Espiritual da Vozes produziu uma obra abrangente e de qualidade que abarca os diferentes aspectos que precisam ser considerados ao se pensar numa ação pastoral que toque a vida concreta da juventude contemporânea. Todos os capítulos apresentam além da reflexão, pistas de ação, para que o leitor não fique apenas na teoria, mas coloque em prática as ideias aprendidas. Dessa forma, esse livro é um ótimo ponto de partida para quem não apenas se preocupa com a juventude atual, mas deseja neste ano de 2019 fazer algo por ela.



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